28 de fevereiro de 2014

Haja saúde e Sol!


Obrigada Sr: Deus da natureza! Hoje na minha janela bate o sol desde o meio dia. Obrigada Deus do Sol.! A minha amiga ameixeira está radiante. Já me bateu várias vezes com uns raminhos carregadinhos de lindas flores, nos vidros, como que a dizer: olha como estou bela! E o aroma que deixa no ar? Não fica atràs da sra: Tília, muito mais ramuda e robusta, cujas florinhas em cacho, gostam mais da frescura das noites de junho/ julho., ou  do sr: jasmim,que ocupa uma posição mais estratégica no jardim e fica mais afastado da ameixeira e da minha janela. A nós só nos chega,o seu aroma,  quando o vento vem do sul ou sueste e o empurra.
Não fora as duas casuarinas que ocupam o canto mais largo do jardim e que tal como duas torres gemeas nos abafam o som, mas ao mesmo tempo nos escondem o pôr do sol, tudo neste espaço seria bem mais harmonioso do nascer do Sol ao anoitecer. 
Será que alguém acha graça a estas casuarinas feias , altas e escuras? Nem os alegres passarinhos, grandes ou pequenos, pois as suas agulhas escorregadias nem para eles  poisarem  servem! dizem-me: tudo na natureza tem a sua utilidade e eu penso: algumas árvores, muito pouca! RAIOS!

27 de fevereiro de 2014

PAI.

Palavra pequena
Doce e serena,
Enorme significado,
Tem forma de coração,
Aroma de rebuçado.

É muito alto,
Quando nos põe às cavalitas,
Medo das alturas!
Mas não choramos,
Logo as suas mãos,
Seguras, encerram,
As nossas mãozitas.

Leva-nos à escola,
E vai embora.
E agora? Voltará?
Medo outra vez,
Mas à hora da saída,
De sorriso aberto,
Ele lá está.

Passou algum tempo,
O Pai orgulhoso,
Leva a filha ao altar,
Espera agora os netos,
E os seus olhos expectantes,
Voltarão a brilhar,

E mais tempo depois,
O pai grande e forte,
Envelheceu,
Ficou doente,
Outra vez o medo!
Seguro agora eu,
A Sua frágil mão,
Afago-lhe o rosto,
E guardo-o para SEMPRE,
No meu coração!

Fevereiro de 2014
Fátima Dias



13 de fevereiro de 2014

Será?

Será por ser dia 13? Não sou supresticiosa! Até certo ponto....penso eu, como toda a gente. Mas tenho de sacudir de cima de mim esta .. não sei quê que me causa mal-estar, ansiedade, condiciona-me....que coisa!

9 de fevereiro de 2014

Boas notícias!

Oh, flores do meu jardim! Como eu vos esperava há tanto tempo!
Há vários dias que o melro ,o mais alegre cantador, observador e "atrevido"passarinho do meu jardim, me vinha presenteando cada dia mais cedo com os seus melodiosos trinados, como que a dizer-me: anima-te! Estão quase a despontar  as florinhas da árvore da tua janela!
Até os passarinhos andam baralhados com este tempo! (dizia de mim para mim). Semanas a fio, procurando abrigo desta chuva persistente, aguardando pelo sol que parece ter cortado relações com esta pobre zona geográfica e não há maneira de o conseguir convencer a voltar, ventos desorientados e raivosos soprando em todas as direcções e chocalhando com fúria os ramos onde os minúsculos passarinhos preparam a sua cama, será que foi desta vez que nos tiraram também a Primavera? (cheguei eu a pensar)!Mas, o melro cantador amigo tinha razão! O mar pode andar revolto, o sol desaparecido, as chuvas fora do tempo, mas ainda há primavera. As florinhas brancas da minha vizinha  ameixeira, saudaram-me hoje ao acordar. São dez ou doze, mas dentro de dias a bonita árvore ficará coberta, para gáudio das  abelhas, borboletas, e pequeníssimos insectos que as irão povoar.
Por mim , fico feliz. É a primavera de volta por muito que digam que não.
Obrigada melrinho por me ires anunciando as novidades!

7 de fevereiro de 2014

“Viagens na minha Terra
Rumo ao Sul, terra Mãe!
8,20h- Saída da grande cidade. Horizonte negro, pelo meio , a ocidente, surge uma faixa curvilínea de Arco Íris.
Deslizando pelo cinzento e húmido  alcatrão, avisto paisagem de ambos os lados com pequenas flores brancas   espreitando os envergonhados raios de sol.
Mais adiante logo após uma larga e pouco pronunciada curva, espelham-se à nossa frente , os graciosos meandros do rio sado com os seus arrozais pontuados aqui e ali por gaivotas e garças, aquecendo-se ao sol, e  procurando alimento.
Estamos já atravessando a serra brava e vamos descendo para o barrocal, onde nos esperam largos e extensos laranjais com o seu brilhante  verde escuro ao sol. Minutos depois,as alegres, brancas e radiantes amendoeiras, autênticas noivas de longos e farfalhudos véus  por quem eu já “suspirava “ há umas semanas! Daqui por poucas semanas, estas lindas flores darão lugar aos seus frutos, de casca verde clara, aveludada e ovalada—as saborosas e nutritivas amêndoas!
Agora, os barros vermelhos do Barrocal, vão sendo substituídos por finos areais , alternando com mais uns kilómetros de perfumados laranjais, salpicados por uma ou outra mimosa já adiantada a abrir as suas flores amarelas de odôr adocicado. Cerro agora os olhos para descansar um pouco enquanto correm de ambos os lados os grandes  placards que anunciam importantes  superfícies comerciais e os seus inúmeros e “apelativos descontos”, fruto do desenvolvimento ?!! .Dou comigo a pensar  nas inúmeras vantagens do antigo comércio local.
Entretanto, o intenso cheiro a maresia, e a entrada numa rua apertada da cidade antiga, “ acorda-me”e na minha frente espraiam-se canais e rias de um azul intenso que se ajoelham, “ beijando”os pés da branca e pacata  cidade de Faro. A viagem prossegue, e vou entretando apreciando as lindas platibandas que ornamentam as  fachadas das casas que em boa hora ainda não deram lugar a incaracterísticos e desilegantes  blocos  habitacionais de ferro e cimento. O sol aberto inunda os quintais de bonitos alegretes e aquece os gatos que bocejam e se espreguiçam ao Sol.
Mais uns quantos kilómetros de paisagens coloridas e quentes, alternadas de verde  e azul , e despeço-me por hoje deste percurso de 4 horas que  me encheu a alma e espero ansiosamente pelo próximo.
Hortas, 30 de Janeiro de 2014

Fátima Dias