“Viagens na
minha Terra”
Rumo ao Sul,
terra Mãe!
8,20h- Saída da grande cidade. Horizonte negro, pelo meio ,
a ocidente, surge uma faixa curvilínea de Arco Íris.
Deslizando pelo cinzento e húmido alcatrão, avisto paisagem de ambos os lados
com pequenas flores brancas espreitando os envergonhados raios de sol.
Mais adiante logo após uma larga e pouco pronunciada curva,
espelham-se à nossa frente , os graciosos meandros do rio sado com os seus
arrozais pontuados aqui e ali por gaivotas e garças, aquecendo-se ao sol, e procurando alimento.
Estamos já atravessando a serra brava e vamos descendo para
o barrocal, onde nos esperam largos e extensos laranjais com o seu
brilhante verde escuro ao sol. Minutos
depois,as alegres, brancas e radiantes amendoeiras, autênticas noivas de longos
e farfalhudos véus por quem eu já
“suspirava “ há umas semanas! Daqui por poucas semanas, estas lindas flores
darão lugar aos seus frutos, de casca verde clara, aveludada e ovalada—as
saborosas e nutritivas amêndoas!
Agora, os barros vermelhos do Barrocal, vão sendo
substituídos por finos areais , alternando com mais uns kilómetros de
perfumados laranjais, salpicados por uma ou outra mimosa já adiantada a abrir
as suas flores amarelas de odôr adocicado. Cerro agora os olhos para descansar
um pouco enquanto correm de ambos os lados os grandes placards que anunciam importantes superfícies comerciais e os seus inúmeros e
“apelativos descontos”, fruto do desenvolvimento ?!! .Dou comigo a pensar nas inúmeras vantagens do antigo comércio
local.
Entretanto, o intenso cheiro a maresia, e a entrada numa rua
apertada da cidade antiga, “ acorda-me”e na minha frente espraiam-se canais e
rias de um azul intenso que se ajoelham, “ beijando”os pés da branca e
pacata cidade de Faro. A viagem
prossegue, e vou entretando apreciando as lindas platibandas que ornamentam as fachadas das casas que em boa hora ainda não
deram lugar a incaracterísticos e desilegantes blocos habitacionais de ferro e cimento. O sol aberto
inunda os quintais de bonitos alegretes e aquece os gatos que bocejam e se
espreguiçam ao Sol.
Mais uns quantos kilómetros de
paisagens coloridas e quentes, alternadas de verde e azul , e despeço-me por hoje deste percurso
de 4 horas que me encheu a alma e espero
ansiosamente pelo próximo.
Hortas, 30 de Janeiro de 2014
O nosso berço enche sempre a alma né?
ResponderEliminarDoce nostalgia que nos faz tão bem!
Escreves lindamente Fá!
beijinho