26 de abril de 2014

O que  recordo de antes de Abril de 1974!

Nasci 24 anos antes. Entrei para a escola aos 7 anos. Já conhecia as letras e sabia juntá-las e formar sílabas por ter curiosidade em aprender e ter o meu irmão mais velho 3,5 anos. Aproveitava, quando ele fazia os trabalhos de casa. Muitas cópias, muitas contas, muita numeração. Eu pedia-lhe para o "ajudar".
Usávamos batinhas brancas, impecávelmente limpas e tínhamos só uma professora para todas as classes da 1ª à 4ª.
 Fazíamos exames na 3ª e 4ª classes.
A professora tinha autorização dos pais (ímplicita) para nos castigar, incluindo bater.
A vacinação era obrigatória e gratuita na infância! Aos 14 anos podíamos trabalhar.
 Havia caixa de previdência para onde descontavam os funcionários de empresas privadas e uma outra cujo nome não recordo para os funcionários do estado.
Aos 17 anos tive o meu 1ºnamorado. Uma grande paixão!
Andávamos de mão dada pelos jardins e bem juntinho aos muros  mais altos trocávamos uns beijinhos muito rápidos sempre com um olho "no burro e outro no cigano", porque o meu namorado dizia que se pagava uma multa se fosse apanhado a beijar na via pública! Ou na praia! 
 Íamos ao cinema, ou à discoteca que era só à matiné, e aí aproveitávamos para dançar menos e beijar mais! 
O meu pai queixava-se que tinha de ir pagar não sei quanto ao posto porque tinha sido apanhado sem licença de isqueiro!
Por vezes desapareciam pessoas! Em segredo falava-se que tinham sido levadas ! muito em segredo! Essas pessoas só voltavam muitos anos depois! Ninguém ? sabia onde estavam!
Aos 18 anos , a estudar em Lisboa, tive o 2º namorado. Este, sendo aluno universitário, 3 anos mais velho do que eu, e mais politizado , explicava-me algumas coisas, que me surpreendiam muito!
E chegou a madrugada de 25 de Abril , eu fui acordada, abruptamente com vários toques da campainha da porta. Um familiar, veio anunciar-me a revolução!

16 de abril de 2014

1981- 16 de Abril.5ª feira Santa. O milagre aconteceu! 


Acordou meio chuvoso e frio este dia. Durante mais de 40 semanas, tanta alegria, tanto medo, tanta angústia, por vezes, mas bonito, lindo este percurso ! Ir-se formando dentro de mim uma pequena criazinha ! Que maravilha! pensava de mim para mim: toda a mulher merecerá viver tão enorme e feliz experiência!
9,30h- A caminho da maternidade- a grande aventura continuava, a caminho da sala de operações! Aguardámos. Muitos bebés que estavam em maior risco, tinham de ser salvos e passavam à frente!
17,15h - lá vamos, a maca estava á porta da sala há umas horas. Eu, (e minha bebé) com a companhia do pai, ria, cantarolava e contava anedotas! faltava tão pouco para pegar ao colinho a minha linda bébé.!  Eram 17,20 e já se ouvia o chôro forte, o grito ao mundo, CHEGUEI! Agora era o prosseguir dessa aventura, mas a felicidade transbordava para fora do mundo e a força que sentia  cada dia maior varreu de mim toda a ansiedade, angústia e medo. Agora é preciso acima de tudo a ajuda divina , para a fazer crescer harmoniosamente e saudável. Obrigada Senhor por tamanha benção!

15 de abril de 2014

15 de Abril de 2006.- Fim de vida física da minha sempre lembrada mãe!

Eram 12,30h. Notícia brutal! é a filha de...temos notícias desagradáveis! Fico estática, deixo cair o telefone e suplico: não me diga isso! Hoje é o dia de aniversário da minha mãe, não, hoje não pode morrer!! e era sábado de Aleluia e a morte louca, sem olhar a nada , levou-ma!
Corri, sem ver as bermas da  estrada , e fui acariciar-lhe o rosto. Estava ainda morno , talvez porque o seu coração de mãe tenha tentado, não parar antes dos seus 3 rebentos , chegarem! Não permitiu Deus que fosse eu a fechar-lhe os olhos, coisa que eu tanto queria! Falei-lhe muitas coisas nos últimos dias, mas ficou tanto ainda por falar! Foi neste mundo uma lutadora incansável, uma verdadeira força da natureza. Mãe, com tão pouco, tanto me deu! 
Obrigada minha mãe!


12 de abril de 2014

9 de Abril - què do Sol? 

Parece que hoje meteu férias! Fala-se de trovoadas e pequena subida de temperatura? A temperatura não estava má e as trovoadas despensava-as bem!
15h - de volta a Lisboa! aproveito a paisagem de mar à esquerda e à direita as maravilhosas papoilas brancas das estevas e os tons multicores do tojo, da magarça e outras pequenas flores selvagens. 
Avistam-se rebanhos  de ovinos que parecem estátuas com os focinhos colados ao chão! O céu mantem-se cinzento e paira no ar a ameaça de chuva. Aprecio os muitos ninhos de cegonhas com as suas crias que mais parecem pequenas cegonhas de barro pintadas de branco! Por momentos cerro os olhos e faço contas aos dias que faltam para voltar de novo ao meu cantinho abençoado!
8 de Abril  9h    muito sol! 

Como aquece bastante é melhor pensar no protector solar antes de sair de casa e colocar chapéu e óculos escuros.
Pequeno almoço tomado e aí vou eu! Inicio a minha caminhada matinal de cerca de 3km e encho bem o peito de ar perfumado de pinheiro e flor de laranjeira. Passo o dia no palacete a realizar as tarefas programadas. Não todas, por falta de tempo! Ao final do dia regresso acompanhada por uma vizinha amiga,  mas durante todo o tempo vou a pensar no choco com favas, o belo repasto que me espera.! Belíssimo este prato típico da minha terra e de que já tinha saudades. 
Continua o tempo agradável e ainda vamos até à marina para "desmoer". Já se ouve o grilo a cantar, sinal de  que o calorzinho chegou. Vou agora dormir e fechar os estores, para não ser acordada pela luz do farol..
Começam a apertar saudades do meu marido e a desejar que chegue depressa o dia seguinte!

11 de abril de 2014

7 de Abril

Adormeci com o feixe luminoso do farol que passa pela minha janela e acordei com o chilrear de dezenas de andorinhas que voam razando a minha varanda, o arrulhar das rolas na mata e o grito das canoras gaivotas cruzando o rio.
Sabe-me bem ouvir esta sinfonia, mas reparo que o sol vai alto e esperam-me alguns afazeres! Saio de casa, atravesso a praça perfumada de flores de laranjeira e vou "cumprimentar " o meu  manso e esplendoroso rio Guadiana . Dois dedos de conversa com o primo Mário e começa o meu dia!
Já está a "morrer" o Sol , quando volto a casa. Agora, na varanda observo as 3 faixas de cores diferentes no horizonte, do azul ao cinza rosado. Amanhã deverá estar um belo dia!
Dia 6 de Abril- nova viagem, rumo ao Sul.

15h- Grande azáfama no terminal rodoviário. O autocarro com lotação completa, inicia a viagem.Atravessamos a ponte 25 de Abril com o sol a espelhar-se no rio , quase até à sua entrada no oceano.Pontuam-no pontos brancos das pequeninas velas dos barquinhos optimiste em regata! Entre os passageiros ouvem-se várias línguas, do mandarim ao português do Brasil. , algumas crianças e muitos jovens. Uns teclam nos pequenos computadores, outros, de cadernos e livros abertos sublinham e folheiam ávidamente. Vamos descendo a planície alentejana sobrevoada por cegonhas e peneireiros, que espreitam lá do alto em busca de uma possível presa.
Chegamos a Faro. Os jovens saem e o nosso autocarro prossegue a viagem. Como mudaram os tempos : penso de mim para mim! Há alguns anos o êxodo dos estudantes fazia-se apenas no sentido Sul-Norte, e a língua que se ouvia era apenas o português.Hoje, temos uma proximidade e escolha infinitamente maior de universidades e uma multiculturalidade que nos tràs pedaços do mundo! Afinal nos tempos que vivemos nem tudo é menos bom!

1 de abril de 2014

1 de abril- dia das mentiras!

Já não há! não se distingue dos outros dias do ano. Infelizmente todos os dias,  nos dizem mentiras e aldrabices ! tenho saudades, tantas, dos tempos das mentiras engraçadas e que não prejudicavam a vida das pessoas!
Agora mentem, sem a mínima habilidade para tal e vindas de onde não seria previsível. Cada qual a competir a ver quem mais mente! Há por aí rapazes com um nariz de metro e meio!  É um fartar vilanagem\!
A propósito: será hoje dia um de abril? Ou é mentira?

4 de março de 2014

3 de março. 

Foi num dia 3 de março de algumas décadas e picos , que me aconteceu um momento muito  feliz! feliz e ao mesmo tempo muito preocupante e expectante!
a noite de 3 para 4 de março foi longa . Na minha cabeça ia um turbilhão de ideias. O meu trabalho ia-se desenvolvendo em modo piloto automático! Que fazer? Que decidir? 
O dia 4 amanheceu solarengo , mas frio. A minha alma estava quente de sensações aconchegantes, mas a cabeça bloqueada! Passaram dias e meses estonteantes! O ano chegou ao fim e a decisão para o futuro estava tomada! 
DEUS meu, como foi difícil e aventureiro esse ano!
Tanta água correu debaixo das pontes, tantos obstáculos difíceis e muitas alegrias também. Foi Deus que  pôs no meu caminho tudo isto? Quem mais poderia ser? Obrigada SENHOR .

28 de fevereiro de 2014

Haja saúde e Sol!


Obrigada Sr: Deus da natureza! Hoje na minha janela bate o sol desde o meio dia. Obrigada Deus do Sol.! A minha amiga ameixeira está radiante. Já me bateu várias vezes com uns raminhos carregadinhos de lindas flores, nos vidros, como que a dizer: olha como estou bela! E o aroma que deixa no ar? Não fica atràs da sra: Tília, muito mais ramuda e robusta, cujas florinhas em cacho, gostam mais da frescura das noites de junho/ julho., ou  do sr: jasmim,que ocupa uma posição mais estratégica no jardim e fica mais afastado da ameixeira e da minha janela. A nós só nos chega,o seu aroma,  quando o vento vem do sul ou sueste e o empurra.
Não fora as duas casuarinas que ocupam o canto mais largo do jardim e que tal como duas torres gemeas nos abafam o som, mas ao mesmo tempo nos escondem o pôr do sol, tudo neste espaço seria bem mais harmonioso do nascer do Sol ao anoitecer. 
Será que alguém acha graça a estas casuarinas feias , altas e escuras? Nem os alegres passarinhos, grandes ou pequenos, pois as suas agulhas escorregadias nem para eles  poisarem  servem! dizem-me: tudo na natureza tem a sua utilidade e eu penso: algumas árvores, muito pouca! RAIOS!

27 de fevereiro de 2014

PAI.

Palavra pequena
Doce e serena,
Enorme significado,
Tem forma de coração,
Aroma de rebuçado.

É muito alto,
Quando nos põe às cavalitas,
Medo das alturas!
Mas não choramos,
Logo as suas mãos,
Seguras, encerram,
As nossas mãozitas.

Leva-nos à escola,
E vai embora.
E agora? Voltará?
Medo outra vez,
Mas à hora da saída,
De sorriso aberto,
Ele lá está.

Passou algum tempo,
O Pai orgulhoso,
Leva a filha ao altar,
Espera agora os netos,
E os seus olhos expectantes,
Voltarão a brilhar,

E mais tempo depois,
O pai grande e forte,
Envelheceu,
Ficou doente,
Outra vez o medo!
Seguro agora eu,
A Sua frágil mão,
Afago-lhe o rosto,
E guardo-o para SEMPRE,
No meu coração!

Fevereiro de 2014
Fátima Dias



13 de fevereiro de 2014

Será?

Será por ser dia 13? Não sou supresticiosa! Até certo ponto....penso eu, como toda a gente. Mas tenho de sacudir de cima de mim esta .. não sei quê que me causa mal-estar, ansiedade, condiciona-me....que coisa!

9 de fevereiro de 2014

Boas notícias!

Oh, flores do meu jardim! Como eu vos esperava há tanto tempo!
Há vários dias que o melro ,o mais alegre cantador, observador e "atrevido"passarinho do meu jardim, me vinha presenteando cada dia mais cedo com os seus melodiosos trinados, como que a dizer-me: anima-te! Estão quase a despontar  as florinhas da árvore da tua janela!
Até os passarinhos andam baralhados com este tempo! (dizia de mim para mim). Semanas a fio, procurando abrigo desta chuva persistente, aguardando pelo sol que parece ter cortado relações com esta pobre zona geográfica e não há maneira de o conseguir convencer a voltar, ventos desorientados e raivosos soprando em todas as direcções e chocalhando com fúria os ramos onde os minúsculos passarinhos preparam a sua cama, será que foi desta vez que nos tiraram também a Primavera? (cheguei eu a pensar)!Mas, o melro cantador amigo tinha razão! O mar pode andar revolto, o sol desaparecido, as chuvas fora do tempo, mas ainda há primavera. As florinhas brancas da minha vizinha  ameixeira, saudaram-me hoje ao acordar. São dez ou doze, mas dentro de dias a bonita árvore ficará coberta, para gáudio das  abelhas, borboletas, e pequeníssimos insectos que as irão povoar.
Por mim , fico feliz. É a primavera de volta por muito que digam que não.
Obrigada melrinho por me ires anunciando as novidades!

7 de fevereiro de 2014

“Viagens na minha Terra
Rumo ao Sul, terra Mãe!
8,20h- Saída da grande cidade. Horizonte negro, pelo meio , a ocidente, surge uma faixa curvilínea de Arco Íris.
Deslizando pelo cinzento e húmido  alcatrão, avisto paisagem de ambos os lados com pequenas flores brancas   espreitando os envergonhados raios de sol.
Mais adiante logo após uma larga e pouco pronunciada curva, espelham-se à nossa frente , os graciosos meandros do rio sado com os seus arrozais pontuados aqui e ali por gaivotas e garças, aquecendo-se ao sol, e  procurando alimento.
Estamos já atravessando a serra brava e vamos descendo para o barrocal, onde nos esperam largos e extensos laranjais com o seu brilhante  verde escuro ao sol. Minutos depois,as alegres, brancas e radiantes amendoeiras, autênticas noivas de longos e farfalhudos véus  por quem eu já “suspirava “ há umas semanas! Daqui por poucas semanas, estas lindas flores darão lugar aos seus frutos, de casca verde clara, aveludada e ovalada—as saborosas e nutritivas amêndoas!
Agora, os barros vermelhos do Barrocal, vão sendo substituídos por finos areais , alternando com mais uns kilómetros de perfumados laranjais, salpicados por uma ou outra mimosa já adiantada a abrir as suas flores amarelas de odôr adocicado. Cerro agora os olhos para descansar um pouco enquanto correm de ambos os lados os grandes  placards que anunciam importantes  superfícies comerciais e os seus inúmeros e “apelativos descontos”, fruto do desenvolvimento ?!! .Dou comigo a pensar  nas inúmeras vantagens do antigo comércio local.
Entretanto, o intenso cheiro a maresia, e a entrada numa rua apertada da cidade antiga, “ acorda-me”e na minha frente espraiam-se canais e rias de um azul intenso que se ajoelham, “ beijando”os pés da branca e pacata  cidade de Faro. A viagem prossegue, e vou entretando apreciando as lindas platibandas que ornamentam as  fachadas das casas que em boa hora ainda não deram lugar a incaracterísticos e desilegantes  blocos  habitacionais de ferro e cimento. O sol aberto inunda os quintais de bonitos alegretes e aquece os gatos que bocejam e se espreguiçam ao Sol.
Mais uns quantos kilómetros de paisagens coloridas e quentes, alternadas de verde  e azul , e despeço-me por hoje deste percurso de 4 horas que  me encheu a alma e espero ansiosamente pelo próximo.
Hortas, 30 de Janeiro de 2014

Fátima Dias

25 de janeiro de 2014



Desabafo.

O primeiro mês do ano está caminhando para o fim. Não se vêem melhoras!

E continua a preguiça, o desânimo ,e a falta de tempo!.


21 de janeiro de 2014

Namorar…..Que coisa mágica!

Encantamento, magia, ilusão.
Namorar, aqui e além,
Sem querer saber
Se é feio ou bonito,
Se pobre, se rico,
Apenas o que dita
O coração.

Quando se ama,
O mundo é uma aguarela,
De tantos tons , multicores.
Pintando a cada momento,
Corações sorridentes,
Mãos entrelaçadas,
 Caminhando pela vida,
E apenas respirando ,
Esse doce sentimento

Para uma vida saudável.
Não deixe de namorar,
O namorado,  o marido,
A jóia, o desconhecido,
A nuvem, o raio de sol,
A paisagem colorida,
E a noite de luar!

Fevereiro de 2014
Fátima Dias






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7 de janeiro de 2014


Dia 31 de dezembro.Corriam velozmente as horas a caminho da meia noite e eu.... sem vestido escolhido para assistir à passagem de ano. Caneco! Horas perdidas em lojas, na procura de vestido e respectivos adereços, nem dei pelo tempo passar.
Com o tempo que está-um tempo mesmo do caraças-, não há paciência para andar na rua . Cá vamos nós, direitinhas ao Centro Comercial, onde levamos cotoveladas e encontrões de uma multidão do caneco!
Chego a casa, cansada, pés doridos, mas feliz com o meu vestido verde com brihantes e missangas douradas.(O fim de ano quer brilhos!) Quero lá saber que me achem parecida com uma árvore de Natal!
Dou um geito à mesa, coloco ao centro um arranjo de flores brancas para receber o Ano Novo, retribuo algumas mensagens de Bom Ano e vou tratar de me arranjar! Com o tempo do caraças que está, o penteado, virou outro estilo.... Visto o meu lindo vestido verde com missangas e brilhos dourados

Aplico uma maquilhagem ligeira,-só para disfarçar o cansaço-, e eis-me na janela a soprar o meu apito de árbitro e a bater as tampas velhas das panelas para correr com o 2013, um ano do caraças! Oxalá não volte mais!